O sór cumeça despontá
Intão eu voo du meu nin
Pózo na gáia do jatobá
E tomo jeito de paçarin
E ali naquele momento
As fruta é meu alimento
Eu sou um sabiá sozin.
Despois pózo na amoreira
Aí é qui min bate a sôdade
Pois paçei a vida intêra
In busca da filicidade
Mas quá! Eu sempi vivi sozin
Sô apenas um paçarin
Cum poquim de vaidade!
Nun quero nesses verso
A min querê lamuriá
Conquistá o univerço?
Minhas asa nun ia guentá
Eu já tenho o meu espaço
Pra vuá sem imbaraço
Nun quero mutia coisa abraçá.
Mais sei qui ta min fartano
Por aqui u’a cumpanhêra
As vêiz fico alembrano
Quandéla tava na portêra
Das bicada qui nóis dava
Nossas asa se abraçava
Mais nun durô a vida intêra
Nun sei prumodi de quê
Ela num mais apariceu
Ela era meu bem querê
Eu era o bem querê seu
Foi ôtro paçarin marvado
Qui mora lá do ôtro lado
Qui vêi robá o qui era meu.
É triste hoji o meu canto
Cum ela eu sonho todo dia
Tô aqui neste recanto
Em busca das aligria
Ela aqui tem estado
Mais nun dexa nium recado
Tô viveno de fantasia.
Inté a laranjeira secô
Aquela dondi nóis ficava
Suas fôias se amarelô
Qui caiu quando ventava
Inté aquele véio nin
Disfiapô pur ta sozin
Onde nóis se incrontava.
Pruquê ela num mais vortô
O qui foi qui se assucedeu
Será se nu’a gaiola li trancô
Pruque mais nun vortô pra eu
Será se nun vorta mais
A sabiá das Mina Gerais?
Um outro dia já manheceu!
Óio todas as revuada
Qui vem das banda de lá
Todos os dia nas arvorada
Num vejo ela cun os ôtros no ar
Já fui inté nos seu jardim
Mais ela nun veio pra mim
Cuma é triste o meu pená!
Airam Ribeiro
sábado, 13 de dezembro de 2008
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